Publicado em: 24 de setembro de 2025

Economia circular na logística: por que adotar esse modelo traz eficiência e competitividade 

A economia circular propõe uma mudança estrutural na forma como produzimos e consumimos. Em vez da lógica linear de “extrair, produzir, usar e descartar”, o modelo circular defende o reaproveitamento contínuo de recursos, por meio da reutilização, manutenção, recondicionamento e reciclagem. O objetivo é reduzir ao máximo o desperdício e manter os materiais em uso […]

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A economia circular propõe uma mudança estrutural na forma como produzimos e consumimos. Em vez da lógica linear de “extrair, produzir, usar e descartar”, o modelo circular defende o reaproveitamento contínuo de recursos, por meio da reutilização, manutenção, recondicionamento e reciclagem. O objetivo é reduzir ao máximo o desperdício e manter os materiais em uso pelo maior tempo possível. 

Na prática, isso significa adotar processos mais inteligentes e sustentáveis, que geram menos impacto ambiental e mais valor econômico. E quando falamos de cadeias logísticas, onde há grande uso de recursos, energia e tempo, os ganhos da circularidade são evidentes: mais eficiência, menos retrabalho e maior controle sobre o ciclo de vida das operações. 

Nesse contexto, digitalizar etapas críticas como a cotação e contratação de fretes internacionais se torna um passo essencial. Ao substituir planilhas, e-mails e análises manuais por soluções automatizadas e auditáveis, empresas conseguem não apenas reduzir custos e aumentar a produtividade, mas também alinhar seus processos aos princípios da circularidade, com mais transparência e governança. 

Adotar a economia circular na logística não é apenas uma questão ambiental. É uma estratégia competitiva para empresas que desejam operar de forma mais inteligente, resiliente e preparada para o futuro. 

Por que a transição para a economia circular é necessária? 

Preservação ambiental com inteligência

Reutilizar e reaproveitar produtos e materiais é uma das formas mais eficazes de reduzir o uso excessivo de recursos naturais, minimizar impactos sobre ecossistemas e proteger a biodiversidade. Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a economia circular permite que empresas repensem desde o início a forma como desenham seus produtos e processos logísticos. 

Estima-se que mais de 80% do impacto ambiental de um item seja determinado já na fase de projeto. Isso significa que decisões estratégicas sobre como produzir, embalar, transportar e descartar podem e devem ser feitas com foco na eficiência e na longevidade. Um bom exemplo é o repensar das embalagens, cuja geração de resíduos na Europa já ultrapassa 190 kg por pessoa ao ano. Reduzir o excesso, melhorar o design e incentivar a reutilização são práticas essenciais nesse cenário. 

Menor dependência de matérias-primas escassas

A escassez global de recursos não é apenas uma ameaça ambiental, é um risco econômico. Com o crescimento da população e da demanda por matérias-primas, a instabilidade na oferta se torna uma preocupação real para empresas e governos. Segundo o Eurostat, em 2022, cada europeu consumiu, em média, 14,9 toneladas de matérias-primas. A dependência externa, sobretudo de insumos estratégicos, gera incertezas, variações de preço e gargalos de abastecimento. 

Nesse contexto, a economia circular se destaca por reduzir essa vulnerabilidade. A reciclagem e reintrodução de materiais no processo produtivo contribuem para mitigar riscos logísticos, financeiros e ambientais, além de apoiar metas relacionadas à transição energética, como a fabricação de baterias e equipamentos eletrificados. 

Geração de empregos e inovação sustentável

A economia circular também representa uma oportunidade concreta de crescimento. Ao repensar produtos e cadeias de fornecimento para que sejam mais duráveis, modulares e reutilizáveis, abrem-se portas para inovação, aumento de competitividade e novas formas de geração de valor. Segundo a União Europeia, essa transição pode criar cerca de 700 mil empregos até 2030. 

Além disso, produtos mais duradouros e inteligentes geram benefícios diretos ao consumidor: menor custo de manutenção, maior vida útil e melhor experiência de uso. Ou seja, a circularidade também é uma estratégia de fidelização e valorização da marca no mercado. 

Como a digitalização da logística apoia a economia circular

A economia circular não se limita a materiais: ela também se aplica à forma como processos são operados. Substituir planilhas, e-mails e controles manuais por plataformas digitais que centralizam, analisam e automatizam cotações logísticas é uma forma prática de eliminar retrabalho, economizar recursos e aumentar a eficiência.

Redução de desperdícios operacionais

Em muitos setores, o maior desperdício não está apenas nos insumos físicos, mas no tempo improdutivo, na duplicação de tarefas e na falta de visibilidade sobre os dados. Ao digitalizar processos logísticos com apoio de inteligência artificial, empresas conseguem recuperar horas valiosas de trabalho, evitar erros recorrentes e tomar decisões com base em informações estruturadas. A economia circular também é sobre isso: fazer mais com menos, sem abrir mão da qualidade. 

Pilares da circularidade moderna

A circularidade exige rastreabilidade, padronização e transparência, valores que também estão no centro de uma boa gestão de governança e compliance. Em setores onde o risco de corrupção e falhas operacionais é alto, como o de fretes internacionais, a automação de processos não apenas otimiza a operação, como também protege a integridade da empresa. 

Com o uso de plataformas como a Cargo Sapiens, é possível ter histórico completo de negociações, justificativas de escolha de fornecedores e documentação automatizada de cada transação. Isso não apenas melhora a gestão, mas reduz riscos regulatórios e reputacionais. 

Economia circular e ROI

Investir em circularidade não é apenas uma escolha ética ou regulatória, mas também uma decisão financeiramente estratégica. A adoção de processos logísticos mais eficientes pode gerar ROI significativo, chegando a múltiplas vezes o valor investido, além de permitir reduções expressivas no custo do frete. Com resultados tangíveis, a sustentabilidade deixa de ser apenas um discurso e se consolida como um diferencial competitivo real.

Conclusão

A economia circular não é apenas uma resposta à crise ambiental global, mas uma evolução natural da forma como empresas devem pensar seus processos, recursos e resultados. Adotar esse modelo significa ampliar o olhar: sair da lógica linear do desperdício e caminhar para um sistema mais eficiente, transparente e resiliente.

Na logística, esse movimento passa diretamente pela digitalização. Automatizar etapas como a cotação e contratação de fretes, eliminar retrabalhos e aumentar o controle sobre os dados são ações que contribuem não só para a sustentabilidade, mas também para a produtividade e a rentabilidade das operações. 

A Cargo Sapiens se posiciona nesse cenário como uma aliada estratégica. Ao tornar o processo logístico mais inteligente, ágil e auditável, nossa tecnologia ajuda empresas a alcançar benefícios tangíveis: redução de custos, aumento de governança e ganho real de eficiência. E tudo isso de forma simples, segura e escalável.

A transição para uma economia circular já começou. E as empresas que liderarem esse movimento, com tecnologia, dados e visão de futuro, serão também as que colherão os melhores resultados.

David Pinheiro

Especialista em Supply Chain com mais de uma década de experiência no mercado de logística. Atuando como CEO e fundador da Cargo Sapiens, ele lidera iniciativas inovadoras para transformar o setor, combinando conhecimento técnico com uma abordagem estratégica e centrada em resultados.

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