Publicado em: 12 de setembro de 2025

Tilápia brasileira sob pressão: exportações rumo a quase zero no segundo semestre

O segmento de piscicultura brasileiro vive momento de aviso: apesar de ter tido desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ameaça quase estagnar as exportações de tilápia no segundo semestre. A taxa de 50 % sobre o produto exportado, acumulada com tarifas anteriores, deve gerar impacto direto para quem depende […]

O segmento de piscicultura brasileiro vive momento de aviso: apesar de ter tido desempenho positivo no primeiro semestre de 2025, o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ameaça quase estagnar as exportações de tilápia no segundo semestre. A taxa de 50 % sobre o produto exportado, acumulada com tarifas anteriores, deve gerar impacto direto para quem depende fortemente do mercado norte-americano.

Panorama recente da piscicultura

No primeiro semestre, exportações de tilápia aumentaram cerca de 52 % em volume em comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a aproximadamente 8 mil toneladas. Em faturamento isso representou cerca de US$ 36 milhões, com 95 % dos embarques direcionados para os Estados Unidos. Esse cenário mostrava otimismo, expansão de mercado e demanda crescente.

O “tarifaço” que muda as projeções

A imposição de tarifa adicional de 50 % pelos EUA alterou radicalmente as expectativas do setor. Anteriormente já havia taxas de 10 % e depois 40 %, mas a soma cumulativa e o momento em que foram aplicadas têm levado entidades do setor a prever que o segundo semestre terá exportações quase zeradas. O produto mais afetado é o filé de tilápia, que corresponde à maior parte da exportação brasileira de pescado.

Consequências logísticas e econômicas

Com cerca de 95 % dos embarques indo para os EUA, a piscicultura brasileira enfrenta um risco elevado de quebra de fluxo. Exportadores necessitarão rever contratos, ajustar preços ou mesmo buscar mercados alternativos. O excesso de oferta interno poderá pressionar preços domésticos, afetando produtores que não vinham contando com custos tão elevados para acessar mercados externos.

Além disso, haverá impacto nos custos de frete, seguro, armazenagem e cumprimento de normas sanitárias. A necessidade de adaptação logística será grande: embarques para destinos mais distantes ou menos tradicionais exigem maior tempo, recursos e estudo de viabilidade.

O setor diante do desafio: alternativas potenciais

Exportadoras e associações já estão buscando alternativas. Entre elas, diversificar mercados alvo, exportar tipos diferentes de produtos (como filés processados ou congelados), aumentar o valor agregado da produção nacional, e negociar acordos comerciais ou isenções tarifárias junto ao governo. Também há esforços para buscar apoio institucional, subsídios ou incentivos para mitigar a perda.

Entender esse cenário não é opcional: ele exige ação estratégica. A Cargo Sapiens atua exatamente para oferecer visibilidade sobre custos logísticos, análise de rotas e simulações de mercado. Se sua operação depende de exportações de tilápia, este é o momento de revisar cenários, buscar mercados alternativos e ganhar previsibilidade para enfrentar o tarifaço.

David Pinheiro

Especialista em Supply Chain com mais de uma década de experiência no mercado de logística. Atuando como CEO e fundador da Cargo Sapiens, ele lidera iniciativas inovadoras para transformar o setor, combinando conhecimento técnico com uma abordagem estratégica e centrada em resultados.

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