Publicado em: 23 de setembro de 2025

Imposto de importação: o que é, como funciona e seus impactos na logística internacional

Imposto de importação é um dos fatores mais relevantes para quem atua no comércio exterior, pois impacta diretamente os custos, a precificação e a competitividade das operações internacionais. Importar produtos vai muito além de escolher fornecedores e organizar o transporte: exige compreender esse tributo, saber quando ele é aplicado e de que forma pode ser […]

imposto de importacao

Imposto de importação é um dos fatores mais relevantes para quem atua no comércio exterior, pois impacta diretamente os custos, a precificação e a competitividade das operações internacionais. Importar produtos vai muito além de escolher fornecedores e organizar o transporte: exige compreender esse tributo, saber quando ele é aplicado e de que forma pode ser otimizado para garantir eficiência e previsibilidade na logística.

Quer entender como o imposto de importação afeta seus custos e quais estratégias podem transformar esse tributo em oportunidade para sua empresa? Continue a leitura e descubra.

O que é o imposto de importação

O imposto de importação (II) é um tributo federal brasileiro cobrado sobre mercadorias estrangeiras que entram no país. Ele tem como principais objetivos:

  • Regular o comércio exterior, incentivando ou desincentivando determinados fluxos comerciais.
  • Proteger a indústria nacional, tornando mais competitivo o produto fabricado localmente frente a concorrentes externos.
  • Gerar receita para o governo.

Ao contrário de outros tributos, o imposto de importação pode ser alterado a qualquer momento pelo Poder Executivo, o que o torna uma ferramenta de política econômica.

Como calcular o imposto de importação

O cálculo do imposto de importação é feito sobre o valor aduaneiro da mercadoria, que inclui:

  • Valor do produto no país de origem.
  • Custo do frete internacional.
  • Seguro da operação.

A alíquota aplicada varia conforme a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), que classifica o tipo de produto importado. Essa alíquota pode ser fixa ou variável, de acordo com a política comercial vigente.

Exemplo: um produto classificado com alíquota de 14% e cujo valor aduaneiro é de US$10.000 terá imposto de importação de US$1.400, além de outros tributos incidentes.

Histórico e contexto econômico

O imposto de importação sempre foi mais do que uma simples fonte de arrecadação. No Brasil, historicamente, esse tributo tem servido como instrumento de política econômica, utilizado para proteger a indústria nacional, equilibrar a balança comercial e até mesmo incentivar setores estratégicos em determinados períodos. Essa flexibilidade explica por que a alíquota do imposto pode ser alterada rapidamente, dependendo da conjuntura econômica e das prioridades governamentais.

Relação com outros tributos na importação

O imposto de importação é apenas um dos custos tributários. Na maioria das operações, ele aparece ao lado de:

  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
  • PIS e Cofins-Importação.

Isso reforça a importância de analisar a carga tributária total da operação, já que um cálculo incorreto pode comprometer margens e gerar multas.

Regimes especiais e possibilidades de redução

Existem regimes que permitem suspensão ou redução do imposto de importação em determinadas condições:

  • Drawback: isenção ou redução do II para insumos importados usados em produtos destinados à exportação.
  • Ex-tarifário: redução da alíquota para bens de capital e de informática quando não há produção nacional equivalente.
  • Admissão temporária: permite entrada de mercadorias por período determinado, com suspensão parcial ou total dos tributos.

Gestores atentos a esses regimes podem reduzir custos e tornar a operação mais competitiva.

Alterações recentes nas alíquotas

As alíquotas de imposto de importação são revisadas frequentemente pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). Em anos recentes, setores como o de aço, químicos e bens de capital tiveram reduções temporárias para estimular a produção interna e reduzir gargalos de oferta. Essas mudanças impactam diretamente empresas que precisam importar insumos em grande escala, tornando essencial acompanhar as decisões governamentais que podem alterar custos de forma repentina.

Impactos estratégicos para as empresas

O imposto de importação influencia diretamente:

  • Formação de preço: determina quanto a empresa poderá repassar ao consumidor final.
  • Competitividade: pode tornar um produto mais caro em relação a concorrentes nacionais.
  • Planejamento logístico: afeta previsibilidade e fluxo de caixa, já que o tributo precisa ser recolhido no desembaraço aduaneiro.

Para operações de grande escala, pequenas variações na alíquota podem representar economias ou perdas milionárias.

Impacto nas cadeias globais de valor

Empresas brasileiras que fazem parte de cadeias globais de produção sentem de forma intensa os efeitos do imposto de importação. Indústrias como automotiva, farmacêutica e de tecnologia dependem de insumos importados de alto valor agregado. Alterações nas alíquotas podem comprometer prazos, elevar custos e até reduzir a competitividade internacional da operação, mostrando que o imposto precisa ser tratado como variável estratégica dentro da gestão da cadeia de suprimentos.

Implicações para o e-commerce internacional

O crescimento do e-commerce cross-border no Brasil trouxe novas dinâmicas para o imposto de importação. Programas como o Remessa Conforme, por exemplo, buscam regularizar compras de pequeno valor feitas em plataformas estrangeiras, trazendo mais previsibilidade para o consumidor final e para empresas que atuam no segmento. Esse cenário mostra que o tributo não afeta apenas grandes importadores, mas também novos modelos de negócios digitais que se consolidam no país.

Tendências e futuro do imposto de importação

O futuro do imposto de importação está diretamente ligado a negociações internacionais. O Brasil, através do Mercosul, discute acordos com a União Europeia e outros blocos que podem alterar significativamente a aplicação das tarifas. Além disso, debates internos sobre a reforma tributária incluem discussões sobre simplificação das cobranças e maior integração entre regimes especiais. Para gestores de comércio exterior, acompanhar essas tendências é fundamental para antecipar cenários e preparar a estratégia de longo prazo.

Conclusão

O imposto de importação é um elemento-chave na formação de custos do comércio exterior e precisa ser tratado como parte estratégica da logística internacional. Entender sua lógica, acompanhar as mudanças de alíquotas e aproveitar regimes especiais pode transformar esse tributo de obstáculo em oportunidade.

Com um cenário em constante transformação, seja por mudanças na CAMEX, negociações internacionais ou avanços na reforma tributária, acompanhar as atualizações e compreender os regimes especiais é fundamental para reduzir riscos e aproveitar oportunidades.

Na Cargo Sapiens, apoiamos empresas a gerenciar o impacto do imposto de importação em suas operações, trazendo clareza e previsibilidade para decisões mais inteligentes. Se a sua empresa busca eficiência e competitividade no comércio exterior, está na hora de explorar como a tecnologia pode simplificar o processo.

Converse com nossos especialistas e descubra como transformar o imposto de importação de um desafio em uma alavanca para o crescimento.

David Pinheiro

Especialista em Supply Chain com mais de uma década de experiência no mercado de logística. Atuando como CEO e fundador da Cargo Sapiens, ele lidera iniciativas inovadoras para transformar o setor, combinando conhecimento técnico com uma abordagem estratégica e centrada em resultados.

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