GRIS (Gerenciamento de Risco) é um dos componentes mais importantes na formação do preço do frete. No transporte de cargas, cada detalhe faz diferença no custo final da operação, e entre tarifas e adicionais que muitas vezes passam despercebidos, o GRIS merece atenção especial dos gestores.
Esse adicional é aplicado pelas transportadoras para cobrir despesas relacionadas à segurança da carga durante o trajeto. Por isso, compreender o que é o GRIS e como ele afeta contratos de frete é essencial para empresas que importam e exportam em grandes volumes. Afinal, esse custo pode influenciar tanto a previsibilidade do orçamento quanto a competitividade no mercado.
Você sabe exatamente como ele funciona, o que cobre e de que forma pode impactar as importações e exportações da sua empresa? Neste artigo, vamos explicar o que é GRIS e mostrar como uma gestão eficiente desse custo pode se transformar em vantagem competitiva para a sua logística internacional.
O que é o GRIS
O GRIS é uma tarifa cobrada pelas transportadoras como forma de compensar os riscos assumidos na operação logística. Ele busca mitigar despesas ligadas a roubo de cargas, monitoramento, escolta, seguros adicionais e infraestrutura de segurança que, especialmente no Brasil, são indispensáveis.
Apesar de ser mais conhecido no transporte rodoviário, o conceito de gerenciamento de risco também aparece em outros modais de transporte, principalmente em operações multimodais de grande valor agregado.
Como o GRIS é calculado
Não existe um valor único ou padronizado para o GRIS. Cada transportadora define sua taxa considerando fatores como tipo de carga, rota, histórico de riscos da região, necessidade de escolta armada, monitoramento em tempo real e custos de seguro. Normalmente, essa taxa é aplicada como um percentual sobre o valor do frete ou da mercadoria transportada. Dessa forma, quanto maior o valor envolvido na operação, maior tende a ser o impacto do GRIS no custo final.
Relação entre GRIS e Ad Valorem
O GRIS e o Ad Valorem são duas tarifas diferentes, mas que, muitas vezes, geram confusão porque ambas aparecem como adicionais no frete.
- Ad Valorem: é um percentual calculado sobre o valor da mercadoria transportada. Ele existe para cobrir riscos financeiros gerais, principalmente relacionados a perdas ou danos à carga durante o transporte. Quanto maior o valor da mercadoria, maior será o Ad Valorem.
- GRIS (Gerenciamento de Risco): é um adicional específico voltado para custear medidas de segurança contra roubo de cargas e outras ocorrências ligadas ao risco da operação. Ele cobre despesas como seguro extra, escolta armada, monitoramento em tempo real e infraestrutura de proteção.
Ou seja:
O Ad Valorem é uma tarifa mais ampla, ligada ao valor da mercadoria, enquanto o GRIS é uma fração dentro dessa lógica, mas direcionada exclusivamente ao risco de transporte, especialmente no cenário brasileiro, onde o índice de roubo de cargas é alto.
O impacto do GRIS no comércio exterior
Para empresas que atuam com importação e exportação, o GRIS representa mais uma variável a ser considerada na cotação e contratação de fretes. Em um mercado global já pressionado por volatilidade cambial, tarifas alfandegárias e custos logísticos elevados, a falta de previsibilidade sobre esse tipo de cobrança pode comprometer margens de lucro e planejamento estratégico.
Além disso, o GRIS reforça a importância de tratar o transporte internacional como uma atividade estratégica e não apenas operacional. Empresas que analisam detalhadamente esse custo, comparando fornecedores e equalizando propostas, de forma estruturada, conseguem identificar oportunidades de saving e reduzir riscos de forma inteligente.
Desafios enfrentados pelas empresas
Um dos maiores desafios é a transparência. Muitas vezes, o GRIS aparece como uma taxa adicional pouco detalhada, dificultando a análise do custo real do frete. Além disso, a negociação desse valor exige conhecimento técnico, já que envolve variáveis de segurança complexas. Outro ponto crítico é a gestão manual. Quando as cotações de frete são feitas por e-mails e planilhas, fica mais difícil equalizar propostas que incluem o GRIS, aumentando o risco de erros e decisões equivocadas.
Como tornar a gestão do GRIS mais eficiente
Para lidar com o GRIS de forma estratégica, as empresas precisam de processos digitais que permitam visualizar, comparar e auditar todos os componentes do frete. Uma plataforma especializada em cotação de fretes internacionais permite equalizar custos, de forma clara e rastreável, eliminando incertezas e trazendo mais governança para a negociação.
Ao digitalizar a análise, é possível reduzir o tempo gasto em cálculos, aumentar a transparência e ter segurança de que o GRIS está sendo aplicado de forma justa, sem comprometer a eficiência da cadeia logística.
Tendências do mercado e evolução do GRIS
O aumento do roubo de cargas no Brasil, que ultrapassa 14 mil ocorrências por ano segundo a NTC&Logística, reforça a importância do GRIS como componente inevitável no custo do frete. Além disso, mudanças regulatórias e novas exigências de seguradoras fazem com que o cálculo e a aplicação do GRIS evoluam constantemente, exigindo acompanhamento de mercado pelas empresas.
Impacto do GRIS em diferentes setores
Embora o GRIS seja aplicado de forma geral, seu impacto é muito mais expressivo em setores de alto valor agregado, como eletrônicos, farmacêuticos e automotivo. Nessas operações, a taxa pode representar uma parcela significativa do frete e, se não for considerada no planejamento, comprometer a margem de exportações e importações.
GRIS em operações multimodais
Apesar de associado principalmente ao transporte rodoviário, o gerenciamento de risco e seus custos também estão presentes em operações multimodais. Transportes que combinam rodoviário, ferroviário e marítimo exigem protocolos de segurança diferentes, que podem ampliar a aplicação do GRIS em pontos críticos da cadeia.
Estratégias de negociação do GRIS
Gestores mais experientes sabem que o GRIS pode ser negociado com transportadoras, principalmente em contratos de longo prazo ou quando há volume expressivo de cargas. Estabelecer métricas de desempenho, compartilhar informações de risco e utilizar tecnologia para monitorar as rotas são fatores que ajudam a reduzir o percentual aplicado.
Tecnologia e inovação no gerenciamento de risco
Ferramentas de rastreamento via IoT, inteligência artificial e big data vêm transformando a forma como transportadoras calculam o risco. Com maior precisão nos dados, é possível personalizar o GRIS conforme a operação, tornando a cobrança mais justa e alinhada à realidade de cada cliente. Para as empresas contratantes, a integração dessas soluções em plataformas digitais de cotação e gestão logística aumenta a transparência e reduz custos ocultos.
Conclusão
O GRIS é um reflexo da realidade logística brasileira, onde o risco é um componente inevitável do transporte de cargas. Mais do que entender o que ele representa, empresas que atuam no comércio exterior precisam aprender a gerenciá-lo de maneira estratégica, evitando surpresas e garantindo previsibilidade.
Ao integrar o gerenciamento do GRIS em plataformas digitais como a Cargo Sapiens, a operação ganha clareza, eficiência e inteligência. Isso significa transformar um custo inevitável em uma oportunidade de otimizar processos, reduzir riscos e tornar a logística internacional mais competitiva.
Se a sua empresa quer reduzir riscos, ganhar eficiência e evoluir no comércio exterior, está na hora de conhecer a Cargo Sapiens.
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