Publicado em: 9 de setembro de 2025

Frete CIF e FOB: como escolher a condição ideal para suas operações de comércio exterior 

Nas negociações internacionais, as condições de compra e venda de mercadorias desempenham um papel decisivo na definição de responsabilidades, custos e riscos. Entre os termos mais utilizados estão o frete CIF e FOB, ambos definidos pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) dentro das regras conhecidas como Incoterms. Compreender essas condições não é apenas uma questão […]

frete cif e fob

Nas negociações internacionais, as condições de compra e venda de mercadorias desempenham um papel decisivo na definição de responsabilidades, custos e riscos. Entre os termos mais utilizados estão o frete CIF e FOB, ambos definidos pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) dentro das regras conhecidas como Incoterms.

Compreender essas condições não é apenas uma questão de conhecimento técnico, mas sim de estratégia empresarial, pois pode impactar diretamente a competitividade, a previsibilidade logística e até a margem de lucro de uma operação. Confira a seguir os detalhes que vão ajudar você a tomar decisões mais assertivas nas suas negociações internacionais.

O que é CIF

CIF, sigla para Cost, Insurance and Freight, significa que o vendedor é responsável por arcar com os custos de transporte e seguro até o porto de destino. Nesse caso, o exportador assume uma parcela maior das responsabilidades, já que organiza e paga o frete internacional e o seguro da carga até a chegada ao país do comprador. 

Para o importador, o modelo CIF pode ser visto como mais conveniente, já que concentra no vendedor a gestão da logística internacional. No entanto, há uma desvantagem importante: como o vendedor escolhe os prestadores de serviço, o comprador pode ter menos visibilidade sobre os custos reais e sobre a eficiência da operação. Muitas vezes, fretes e seguros contratados pelo exportador podem ser mais caros ou menos vantajosos do que aqueles que o importador conseguiria negociar diretamente. 

O que é FOB

FOB, sigla para Free On Board, significa que o vendedor é responsável por entregar a mercadoria a bordo do navio no porto de embarque designado. A partir do momento em que a carga cruza a amurada do navio, o risco passa para o comprador, que assume custos de transporte internacional, seguro e desembaraço no país de destino. Na prática, isso significa que o exportador cuida de toda a logística até o embarque, incluindo embalagem, transporte interno e formalidades alfandegárias na origem.

O importador, por sua vez, tem maior controle sobre a contratação do frete internacional e do seguro, podendo negociar melhores condições com transportadoras e agentes de carga. FOB é comum em operações em que o importador possui maior expertise em logística internacional e uma rede consolidada de parceiros para negociar fretes e seguros. É também uma opção estratégica para empresas que desejam maior transparência de custos e autonomia sobre suas cargas. 

Diferenças práticas entre CIF e FOB

A principal diferença entre CIF e FOB está em quem assume os custos e os riscos da carga a partir do embarque. No FOB, o risco passa para o comprador assim que a mercadoria é colocada a bordo do navio no porto de origem. Já no CIF, o vendedor mantém a responsabilidade pelo transporte e pelo seguro até o porto de destino.

Essa distinção influencia diretamente no planejamento logístico e financeiro de cada operação. Empresas que optam pelo CIF buscam conveniência e simplicidade, enquanto aquelas que escolhem o FOB tendem a priorizar maior controle sobre custos e parceiros logísticos. 

Cenário brasileiro e impacto na logística

No Brasil, tanto CIF quanto FOB são amplamente utilizados. Para importadores, muitas vezes o FOB é mais vantajoso, já que dá autonomia para negociar fretes internacionais e reduzir custos. Para exportadores, o CIF pode ser uma forma de agregar valor ao cliente, oferecendo uma solução completa até o porto de destino. 

Contudo, é importante considerar os desafios do comércio exterior brasileiro, como burocracia alfandegária, altos custos logísticos e dependência do transporte rodoviário. Em um contexto de infraestrutura complexa, a escolha entre CIF e FOB pode significar ganhos ou perdas significativas na competitividade internacional. 

Riscos e oportunidades

O uso de CIF pode gerar riscos adicionais para o importador, que pode não ter clareza sobre o real valor do frete e do seguro. Já no FOB, o comprador assume maior responsabilidade, mas pode aproveitar sua rede de contatos e expertise para otimizar custos. 

Além disso, fatores como volatilidade cambial, variação no preço dos combustíveis e gargalos portuários devem ser considerados na tomada de decisão. Cada empresa precisa avaliar não apenas o preço final, mas também a previsibilidade e a resiliência de sua cadeia de suprimentos

Como escolher entre CIF e FOB

A escolha entre o frete FOB e CIF depende do perfil da empresa, da experiência em logística internacional e da estratégia de cada operação. Empresas iniciantes em importação podem preferir o CIF, pela simplicidade de deixar a responsabilidade maior nas mãos do exportador. Já empresas com maior maturidade e presença global tendem a optar pelo FOB, aproveitando seu poder de negociação para reduzir custos e melhorar prazos. 

É fundamental analisar aspectos como valor da carga, urgência da entrega, rede de parceiros logísticos, exigências de seguro e grau de controle desejado sobre o processo. Mais do que uma decisão operacional, trata-se de uma escolha estratégica que influencia o posicionamento da empresa no comércio exterior

Conclusão

Como vimos, frete CIF e FOB não são apenas siglas técnicas, mas condições que determinam a forma como empresas assumem riscos e custos em suas operações internacionais. Entender suas diferenças e implicações é essencial para tomar decisões mais assertivas, reduzir imprevistos e aumentar a competitividade em mercados globais. 

Na Cargo Sapiens, acreditamos que a clareza nas negociações internacionais é um diferencial competitivo. Nossa plataforma ajuda importadores e exportadores a comparar condições, simular cenários e escolher as opções mais vantajosas em termos de custo, prazo e risco. Dessa forma, o comércio exterior se torna não apenas mais eficiente, mas também mais previsível e estratégico. 

Converse com um de nossos especialistas e descubra como é possível transformar a sua logística em uma vantagem competitiva real.

David Pinheiro

Especialista em Supply Chain com mais de uma década de experiência no mercado de logística. Atuando como CEO e fundador da Cargo Sapiens, ele lidera iniciativas inovadoras para transformar o setor, combinando conhecimento técnico com uma abordagem estratégica e centrada em resultados.

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